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quarta-feira, 9 de outubro de 2013

"Todas as coisas más também chegam ao fim..." (meu depoimento final e apaixonado por uma das melhores séries do mundo)

Foi com esse título aí do post, que me deparei com o primeiro slogan da última temporada de Breaking Bad, série que durou oficialmente 5 anos batendo recordes de audiência para o seu canal americano de exibição (o AMC, o mesmo do também recordista de ibope "The Walking Dead"), dando prêmios de melhores atores para Bryan Cranston (Walter), Aaron Paul (Jesse) e Ana Gunn (Skyler) por seus intensos personagens e, conseguindo um verdadeiro marco: foi umas das RARÍSSIMAS séries concebidas para um nicho de público que rompeu essa limitação, ou seja, foi desenvolvida não para ser um blockbuster que alcançasse milhões de pessoas (como LOST, por exemplo, foi criado), mas sim, direcionada para alguns "públicos-alvos" que já gostavam de séries dramáticas com temas delicados e que revelavam personagens humanos. Aliás, MUITO humanos, mesmo eles sendo bons ou maus. Essa quebra de limites, onde a audiência superou todas as expectativas de seus criadores (da terceira temporada em diante, Breaking Bad já tinha 1 milhão de telespectadores contra 93 mil da primeira temporada e 150 mil da segunda) deixou a série nitidamente com ares de clássica, de preciosidade. Por que não, Obra-Prima? Para uns, ela certamente já é CULT e para outros como eu, uma das melhores coisas feitas na televisão dentro do universo dos seriados. A sua última temporada já batia na casa de 5 milhões de expectadores ansiosos para ver como tudo aquilo ia terminar... e, o ÚLTIMO EPISÓDIO, bateu simplesmente 6.11 milhões de expectadores vibrando com as últimas cenas de Breaking Bad. Inacreditável? Não... apenas um FENÔMENO.

Quem me conhece desde 2011 (ano que comecei a acompanhar a série), sabe que eu NÃO sou um "poser" ou um caçador de modinhas que descobriu Breaking Bad quando já todo O mundo falava dela... nada disso! Nada disso mesmo!!! Eu descobri o seriado quando ela ainda estava no início da terceira temporada, como posso provar com esse meu texto aqui, onde eu já rasgava de elogios a criação máxima de Vince Gilligan. Claro que como eu ainda acompanhava a jornada sofrida e heroica de Jack Bauer, já nas últimas temporadas de "24 Horas" (seriado que só foi terminar em 2010, e pelo qual ainda sou um eterno apaixonado!) eu não descobri Breaking Bad em seu comecinho... mas foi por um colega que, descompromissadamente havia me perguntado se eu conhecia a série, e que depois da minha resposta negativa ele disse que se tratava de um Professor de Química que se descobre com câncer e que começa a ajudar um ex-aluno a traficar metanfetamina, que minha curiosidade sobre Breaking Bad ESTALOU em minha mente. E, meus amigos, quando algo estala em minha mente, podem acreditar: eu vou atrás como um caçador nato!!! (hehe)

Brincadeiras à parte, eu comecei a baixar a primeira temporada em 2011, e como possuía apenas 6 episódios (quase uma mini-série), eu tive tempo de baixar a segunda temporada ainda, que já tinha bem mais números de capítulos, e depois dali então... boom: eu estava VICIADO. Tão viciado quanto Jesse Pinkman, o ex-aluno drogado de Walter White! Aliás, elogiar Breaking Bad e falar sobre todos os elementos que fizeram dela ser o sucesso EXTRAORDINÁRIO que foi, sem mencionar esses dois personagens, ou melhor, esses dois atores, é um elogio que NÃO MERECERÁ credibilidade. Digo isso, porque muito da força da série vem desses dois arquétipos tão bem montados pelo criador Vince Gilligan. Eu até poderia dizer que a engrenagem principal é Bryan Cranston com o seu estupendo Walter White, já que tudo, praticamente TUDO que vai acontecendo na série, é em volta de suas ações... mas o junkiezinho Jesse Pinkman, feito pelo EXCELENTE Aaron Paul (um jovem ator que merece MUITO uma carreira de sucesso), dava o ponto e contra-peso IDEAL para a intensidade destrutiva e desenfreada de Walter, o protagonista. Se eu já falava antes que eles eram como PAI e FILHO, agora eu não só tinha essa certeza, como também percebia que um COMPLEMENTAVA o outro, e que por mais desavenças, conflitos e crises ameaçadoras que os dois travaram ENTRE ELES MESMOS, ficou provado que nos últimos momentos de Breaking Bad, os dois ERAM A SALVAÇÃO UM DO OUTRO TAMBÉM!!! E eu confesso, amigos... como foi bonito e puramente EMOCIONANTE vê-los lado a lado ainda, contra todas as forças que um dia os fizeram cair.

Breaking Bad tinha um elemento que eu destaco como sua força motriz. Apesar do roteiro e direção CINEMATOGRÁFICOS que a série tinha, era a IMPREVISIBILIDADE que mantinha os expectadores tão fiéis à história. Tudo, absolutamente tudo dentro da dramaticidade que envolvia seus personagens, poderia acontecer! Walter White e Jesse Pinkman, assim como todos os outros ligados aos dois, eram passivos do INUSITADO. As tramas despejavam em cima da gente o INESPERADO! A cada momento, a cada diálogo, a cada situação desenvolvida, tudo mesmo poderia mudar... e te deixar de queixo caído. Por experiência de mais de uma década acompanhando séries com jornadas longas, posso dizer que Breaking Bad é um furacão dos mais violentos dentro desse quesito: a imprevisibilidade. E mesmo que seu final tenha me dado vários pontos de PREVISIBILIDADE (eu admito que já havia "matado" algumas coisas do derradeiro final já no início dessa última temporada, e já dizia abertamente isso nas Redes Sociais como muitos amigos meus podem comprovar!), não dei uma de Mãe Diná e matei na adivinhação, mas alguns pontos que o criador Gilligan nos dá no início da última temporada, podem nos remeter a um esperado final; principalmente se você já se ACOSTUMOU ao ESTILO dele! E, convenhamos, eu já estava "expert" em "Vince Gilliganismos", modesta à parte!

E como eu me emocionei!!! Mesmo já sabendo ou suspeitando fortemente de como poderia terminar, eu fui surpreendido em muitos momentos. Eu fiquei respirando forte naquelas horas onde nossa garganta aperta junto do nosso coração. Momentos tensos, partes dramáticas e diálogos finais altamente EMOCIONANTES. Mas nada, nada foi mais bonito do que ver aqueles dois caras, de diferentes gerações e tão contrastantes não só na idade, mas em muitas ideologias, se "unindo" e fazendo o espectador TER A CERTEZA de que eles eram o nosso ELO FINAL... o Professor de Química com câncer e seu rebelde aluno que quase morreu nas drogas, sabiam que NÃO TINHAM MAIS NINGUÉM que os pudessem ajudar... a não ser ELES MESMOS e UM AO OUTRO. Eu juro que adoro duplas no cinema e na televisão! Duplas que se reforçam, se salvam e estão sempre prontos para proteger um ao outro... mas ver uma dupla que começou de forma tão desajeitada, passaram pelo INFERNO e pelo CAOS durante 5 anos, e que se separaram - sim, eles se separaram nos últimos meses! - por conta de algumas mentiras, egos, personalidades e desencontros, e que no FINAL, NOS ÚLTIMOS MINUTOS DE TODA AQUELA SAGA, ainda se COMPREENDERAM e deram suas ÚLTIMAS CHANCES um ao outro, foi uma das coisas mais BELAS e LINDAS que eu já vi num seriado de televisão.

WALTER WHITE (o homem BRANCO no meio dos latinos, dos negros, e dos arianos, ex-Professor, humilhado, fracassado, doente, que se torna o senhor de todas as decisões, e o criador de um Heinsemberg que o deixava vivo) pula em cima de JESSE PINKMAN (o menino ROSA, que só queria curtir a vida, um garoto no fundo amedrontado, o adolescente de gestos hip hops, o rapaz que não queria mal pra ninguém mas que queria ter uma oportunidade de crescer na vida, de ter seu próprio dinheiro) e AMBOS SE PROTEGEM dos tiros finais... tiros esses que não foi dado pelos bandidos, mas por uma armadilha... pela ÚNICA ARMADILHA que os salvaria da morte para uma vida mais decente. Ironicamente, a CILADA PERFEITA para esses dois amigos, que tanto sofreram por várias CILADAS feitas por seus próprios atos inconsequentes!

E em meio a um levantar de mão de Walter e um acenar de cabeça de Jesse, temos a certeza no fim, que aqueles dois SOBREVIVERAM... e que o espectador que sempre amou esses dois personagens poderia ter a certeza FINAL de que eles estariam bem... com suas próprias consciências. FINALMENTE!!!


* Marcel Camp derramou uma lágrima quando a música toca e a tela escurece. Foi um dos melhores desfechos que já presenciei em uma série. Breaking Bad se torna OBRIGATÓRIO. E Vince Gilligan se torna referência.  

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