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sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Que Rei Sou Eu?


"Que Rei Sou Eu?" foi uma das melhores telenovelas brasileiras produzida pela Rede Globo e exibida no horário das 19 horas, entre 13 de fevereiro e 16 de setembro de 1989. Foi escrita por Cassiano Gabus Mendes e Luís Carlos Fusco e dirigida por Jorge Fernando, Lucas Bueno e Mário Márcio Bandarra, tendo sido apresentada em 185 capítulos. Eu tinha 9 para 10 anos, e confesso que nunca tinha visto uma novela com tanta ação antes dessa!!!

O ano é 1786, três anos antes da Revolução Francesa. Após a morte do rei Petrus II, o trono do reino de Avilan é assumido pela rainha Valentine, uma histérica que não estava preparada para o governo. No entanto, em seu testamento, o falecido rei revela haver deixado um filho bastardo, que teve com a camponesa Maria Fromet, e seria o herdeiro do trono. A rainha Valentine é dominada pelos conselheiros reais: Crespy Aubriet, Gaston Marny, Bidet Lambert, Gerárd Laugier e Vanolli Berval, que com seu jogo de cintura comandam completamente a rainha. O único conselheiro honesto de Avilan é Bergeron Bouchet, que sofre com o assédio de Valentine. Ele é casado com a bela Madeleine, a única mulher do reino que sabe escrever, e tem ideais feministas. Madeleine é objeto do desejo de Ravengar, o bruxo da corte. Na ausência do sucessor do trono, os conselheiros reais coroam o mendigo Pichot rei, como se fosse o verdadeiro filho de Petrus II. A armação é obra do misterioso Ravengar, o feiticeiro. Porém, há uma conspiração entre a classe pobre de Avilan, que busca derrubar o governo para instituir uma sociedade menos opressiva, já que o reino é corroído pela corrupção de seus governantes e injustiças sociais. Dentre eles está Loulou Lion, a dona de uma taberna que sabe a verdade sobre o filho do rei; e Corcoran, o bobo da corte, que é um rebelde infiltrado no palácio.

Mas o líder da revolução é Jean Piérre, que, ao descobrir que é o filho bastardo do rei, passa a lutar pela coroa que lhe pertence. Todavia, não só de heroísmo sobrevive Jean Piérre. Sua luta é entremeada por duas mulheres apaixonadas: a jovem Aline, e Suzanne, a bela esposa do conselheiro Vanolli Berval, que disputam o seu amor.

CURIOSIDADES:
  • Exibida entre 13 de fevereiro e 16 de setembro de 1989 em 185 capítulos.
  • A novela era uma paródia da situação política do Brasil de então, situada no reino imaginário de Avilan, na Europa da época da Revolução Francesa. Atingiu um grande sucesso de público misturando humor, ação do tipo capa-e-espada e doses de erotismo. Um fenômeno de audiência que registrou média geral de 61 pontos no horário.
  • Que Rei Sou Eu? foi reapresentada na Sessão Aventura apenas um mês e uma semana, após seu término, entre 23 de outubro e 29 de dezembro de 1989, em um compacto de 50 capítulos, as 17h, com o início do horário de verão.
  • A abertura da novela, criada por Hans Donner, mostra a evolução da guerra através dos tempos. Inicialmente, dois homens pré-história estão lutando; a seguir, soldados romanos duelam sobre bigas; depois, são exibidos o combate dos vikings e dois cavaleiros medievais praticando justa; em seguida, soldados franceses são fuzilados enquanto marcham; a sequência mostra um cenário de guerra da Segunda Guerra Mundial; por fim, uma visão futurista do duelo entre humanos e extraterrestres (subentendido por uma nave espacial).[1]
  • A morte do rei Petrus II representou a morte de Tancredo Neves, primeiro presidente civil brasileiro após o fim da ditadura militar. A rainha Valentine representou o governo José Sarney, que implementou entre outras medidas, o plano Cruzado, um pacote econômico que incluía um congelamento de preços e uma mudança na moeda no país. Em Avilan, a nova moeda se chamou "Duca", que seria o equivalente ao cruzado. E implicitamente, o personagem Ravengar seria uma paródia de Rasputin (The Mad Monk) ou "o monge do mal", personagem da Rússia pré-comunista.
  • Pela primeira vez, Cássio Gabus Mendes não fez a novela do pai, porque estava reservado para o elenco de Top Model, e depois, Tieta.
  • Entre outras inúmeras referências, podemos citar o auto-selo, que na telenovela era usado em cavalos, e a guilhotina de Avilan, importada da Alemanha e que nunca funcionava, sempre parando com sua lâmina na metade do caminho. É possível que ela fosse uma crítica à usina nuclear Angra I, construída com tecnlogia alemã, e que apresentava na época diversos problemas.
  • Durante uma passagem da novela, Jean Pierre, personagem de Edson Celulari, fica enclausurado sob uma máscara de ferro. Aline, a mocinha vivida por Giulia Gam, salvaria o amado Jean Pierre, abrindo a máscara com uma chave. Uma homenagem ao clássico conto "O Homem da Máscara de Ferro".
  • Em 1999, foi gravado uma série Os Três Mosqueteiros, para relembrar os 10 anos de Que rei sou eu? e seu estrondoso sucesso numa novela capa-e-espada.
  • Dercy Gonçalves fez uma participação como a mãe da rainha, a Baronesa Lenilda Eknésia, desbocada e ousada.
  • Grande parte do elenco teve aulas de acrobacia, dança, esgrima, malabarismo, além de orientação profissional sobre linguagem, gestos e costumes da época.
  • A cidade cenográfica de Que Rei Sou Eu? tinha 2.200m quadrados de área construída e abrangia o palácio de Avilan e a vila, com 14 casas. A maior atração do cenário era, sem dúvida, o castelo, com 30m de frente e uma torre de 26m de altura. A equipe inovou no material utilizado, o que facilitou a construção da cidade: uma estrutura de ferro leve. A parte interna do castelo de Avilan contava, entre outras coisas, com a sala do trono, de 500m², e duas fontes que jorravam água, projeto do arquiteto Luiz Antonio Caligiuri.
  • A cidade fictícia de Avilan foi construída na Estrada dos Bandeirantes, em Jacarepaguá, no mesmo local em que, alguns anos depois, surgiria o Projac. A equipe de cenografia realizou uma pesquisa cuidadosa sobre as técnicas de arquitetura e construção medievais na região francesa da Normandia.
  • O figurino foi elaborado nos moldes da indumentária do século XVIII, sendo usado aproximadamente 400 (quatrocentas) peças para os figurantes.
  • A maquiagem do bobo-da-corte, Corcoran (Stênio Garcia) levava cerca de uma hora e meia para entrar em cena.
  • O feiticeiro maligno Ravengar, interpretado pelo atorde teatro Antônio Abujanra foi tido como um dos melhores vilões das histórias das novelas e Jean Piérre, como um autêntico herói e um dos melhores trabalhos de Edson Celulari, que caiu como "uma luva" para o destemido personagem.

Abaixo, para vocês não acharem que isso era "apenas mais uma novela", vejam o emocionante e ousado desfecho final de Pichot, o tirano que colocaram para ocupar o trono, no combate final com o mocinho Jean Piérre, o verdadeiro herdeiro:


*Eu adorei essa novela e não perdia um só capitulo (é a quarta imagem no título desse Blog)!!!

2 comentários:

  1. realmente foi uma ótima novela (só pra evitar comentários em relação a minha idade, eu assisti a reprise completa, em 1989 só vi os últimos capítulos). a trilha sonora é ótima (tenho em vinil)com destaque para how can i go on e orinoco flow. faz tempo que não surge uma novela tão boa quanto essa, pelo menos de época.
    ass. alucard

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  2. Exatamente, Givaldo... e foi a única novela nesse estilo "Capa-e-Espada", o que a tornava ainda mais interessante!!!

    Havia inclusive, referências aos "3 Mosqueteiros", ao "Homem da Máscara de Ferro" e vários filmes do gênero. ALGO ÚNICO!

    Pena que não se fazem mais novelas assim, atualmente.

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