Às vezes sou acometido por grandes e inusitadas surpresas cinematográficas! Filmes em que eu acredito serem bons me decepcionam completamente e, alguns outros, em que eu assisto sem a menor expectativa, me agradam em cheio... e é o caso de Na Mira do Chefe ("In Bruges", 2007), filme quase independente, dirigido por um estreante cineasta saído dos teatros e estrelado por três craques do cinema como o versátil Colin Farrell (Por Um Fio), o talentoso Brandan Gleeson (Coração Valente) e o brilhante Ralph Fiennes (O Paciente Inglês).
O filme, todo filmado na Bélgica (na medieval cidade de Bruges), conta a rápida - e original! - história de dois matadores de aluguel que depois de realizarem um serviço, são mandados para aquela isolada cidade a fim de realizar mais um outro pequeno serviço a mando do chefe. O problema todo começa justamente aí: o que seria uma tarefa simples, acaba saindo do controle e transtornando a todos, principalmente um dos matadores e seu meticuloso chefe.
O filme - uma comédia dramática - possui ótimos e perfeitos diálogos, e situações muito bem elaboradas envolvendo principalmente os três protagonistas centrais (os dois matadores Ray e Ken e seu chefe Harry). O roteiro sabe explorar de forma muito inteligente cada um de seus bem construídos personagens. Até os coadjuvantes são muito bem destacados, como a moça que se envolve com um dos matadores, seu ex-namorado, uma hoteleira, um vendedor de armas e até um ator anão. A história, totalmente envolvente, consegue ainda nos manter "presos" de maneira sutil com todos os acontecimentos que vão surgindo em cena, sejam eles dramáticos ou puramente hilários... e essa mistura, do drama com a comédia, acrescentado com diálogos super inspirados, me lembrou em muitos momentos, algum filme de Quentin Tarantino; como por exemplo, a conversa que Ray tem com sua namorada sobre os anões e quando Harry fala com certo personagem que acabara de perder um olho.
Se já não bastasse possuir uma ótima história magistralmente desenvolvida, Na Mira do Chefe ainda consegue extrair o melhor de cada ator. Colin Farrell, um matador em conflito que leva um peso na consciência, faz o personagem Raymond de forma extraordinária, colocando em excelente equilíbrio todo o fundo trágico e dramático de seu papel com uma gaiatice e comicidade de impressionar (reparem em seus trejeitos físicos e a maneira como entorta a cabeça para o lado e levanta os ombros num gesto meio pueril de quem não sabe dar uma resposta exata). Outro que merece muitos elogios é Brendan Gleeson, que faz o contido e racional Ken, um matador mais experiente, humano, que sempre procura analisar as coisas e realizar suas ações com muita calma e cautela, transformando-o no fim, no personagem mais íntegro de todos. E, finalmente, Ralph Fiennes, como Harry, o chefe da dupla de matadores... um indivíduo demasiadamente meticuloso, sistemático e cumpridor de regras bastante rigorosas. Seriam essas até qualidades, se o sujeito não fosse altamente perigoso!
Com todos esses deslumbrantes acertos, o diretor Martin McDonagh, que também escreveu e roteirizou o filme, e que me surpreende ainda mais por sair de peças teatrais e comandar esse seu primeiro trabalho para o cinema com muita habilidade e segurança, fez de Na Mira do Chefe, o típico "pequeno grande filme" que nos envolve, nos emociona e nos faz rir de maneira espontânea e com muita inteligência.
PS: A única seqüência sonorizada por uma música, é também pra mim, a mais emocionante de todo o filme!
Se já não bastasse possuir uma ótima história magistralmente desenvolvida, Na Mira do Chefe ainda consegue extrair o melhor de cada ator. Colin Farrell, um matador em conflito que leva um peso na consciência, faz o personagem Raymond de forma extraordinária, colocando em excelente equilíbrio todo o fundo trágico e dramático de seu papel com uma gaiatice e comicidade de impressionar (reparem em seus trejeitos físicos e a maneira como entorta a cabeça para o lado e levanta os ombros num gesto meio pueril de quem não sabe dar uma resposta exata). Outro que merece muitos elogios é Brendan Gleeson, que faz o contido e racional Ken, um matador mais experiente, humano, que sempre procura analisar as coisas e realizar suas ações com muita calma e cautela, transformando-o no fim, no personagem mais íntegro de todos. E, finalmente, Ralph Fiennes, como Harry, o chefe da dupla de matadores... um indivíduo demasiadamente meticuloso, sistemático e cumpridor de regras bastante rigorosas. Seriam essas até qualidades, se o sujeito não fosse altamente perigoso!
Com todos esses deslumbrantes acertos, o diretor Martin McDonagh, que também escreveu e roteirizou o filme, e que me surpreende ainda mais por sair de peças teatrais e comandar esse seu primeiro trabalho para o cinema com muita habilidade e segurança, fez de Na Mira do Chefe, o típico "pequeno grande filme" que nos envolve, nos emociona e nos faz rir de maneira espontânea e com muita inteligência.
PS: A única seqüência sonorizada por uma música, é também pra mim, a mais emocionante de todo o filme!
Não me recordo detalhes desses filme, mas já o assisti e me lembro de ter gostado. Só jurava que ele fosse mais antigo...
ResponderExcluirEssa tua resenha mostrou, mais uma vez, não só o teu gosto pelo cinema, mas também toda tua capacidade de sintetizar o conteúdo, instigando curiosidade no leitor. Eu que já vi, terminei a leitura querendo rever...
Beijo.
Esse filme é tudo de bom principalmente Brendan Gleeson e o anão, particulamente acho os melhores em cena, uma das cenas finais é um espetáculo a parte quando Raph Finnes persegue Colin "Chatoide" Farell e o desfecho é maravilhoso, tenho na mnha coleção. (Um dia chego perto da coleção de Rubão, rsrs)
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