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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Conto Policial #2

Para ler a PARTE 1, clique aqui: http://vemaquinomeublog.blogspot.com/2010/12/conto-policial-1.html

Flashes das mais variadas máquinas fotográficas eram disparadas ininterruptamente. Filmadoras eram ligadas. Microfones, celulares, câmeras de televisão estavam em toda parte daquele corredor estreito, com odor de pólvora e agora sujo de sangue. O Detetive Dalton Duarte estava lá... no chão, com dois tiros no peito, com as munições disparadas contra ele ainda cravadas em seu colete e se recuperando do forte impacto das balas quase à queima-roupa. O detetive, por sorte, sobreviveu, mas sentia um certo gosto de sangue na boca ressecada e parecia estar com alguma costela fissurada. O perigoso assassino da cicatriz? Infelizmente, havia fugido. Pela janela do apartamento, em direção ao telhado de um outro prédio ao lado, que formava um gigantesco e labiríntico cortiço. "Mas como ele soube que eu estaria chegando?" , "Como ele poderia já estar com um revólver na mão apontado pra porta assim que eu a arrombei?", essas perguntas ricocheteavam na mente do Detetive Duarte assim que ele se colocou de pé e guardou sua arma.

O assassino da cicatriz se chamava Robério Trancoso, 39 anos, pedófilo, traficante e um cruel assassino. Há algum tempo entrara no caminho do tráfico buscando aquilo que todo marginal almeja: dinheiro fácil. O mais curioso é que o assassino da cicatriz não era um viciado. Ele jamais fumou, cheirou ou injetou nada... e mesmo assim, era um dos mais perigosos traficantes daquela pútrida cidade que caía aos pedaços diariamente. Sua obsessão em ganhar grana era tanta que ele matava quem quer que se colocasse em seu caminho o atrapalhando de conseguir isso. O seu meio-irmão, um pastor evangélico, foi uma de suas vítimas justamente porque tentou o parar. Robério não poupava ninguém. Ganhou a cicatriz numa briga de bar, quando levou uma garrafada no rosto... mas seu oponente teve a cabeça aberta segundos depois. O assassino da cicatriz era bastante temido, violento, esperto e sabia que o corajoso Detetive Dalton Duarte já estava na sua cola há um bom tempo. E o dia que o policial pintasse na sua porta - como ele mesmo falava -, seria o dia que ele mandaria o detetive pro inferno. Bom, ele quase conseguiu! Dalton levou dois tiros de surpresa assim que invadiu o apartamento do bandido, e os dois tiros o atingiram bem no meio do peito, mas o Detetive sempre foi precavido e nesse dia de trabalho, como em todos os outros, ele estava de colete. O impacto das balas em seu tórax, só o arremessou contra a parede e o fez cair em cima de uma velha mesinha de mogno. O machucou, fissurou uma de suas costelas e o atordoou por uns momentos. Mas isso não foi pior do que ver o crápula da cicatriz fugir pela janela, talvez, pensando que havia matado o Detetive.

Agora, no hospital, cuidando atentamente da costela fissurada pelas duas balas que o atingiram de maneira forte, o íntegro Dalton só pensava em uma coisa: "Quem o avisou da minha chegada?". Afinal, para o Detetive, não havia dúvida de que alguém entrou em contato com o criminoso Robério e disse que o policial estaria indo pra lá, naquela hora e naquele momento. Quem foi o maldito dedo-duro que deixou o desgraçado do assassino da cicatriz saber de sua chegada?

Dalton Duarte teria essas informações assim que saísse do hospital, cedo ou tarde, não importava. Só que agora o jogo ficou ainda mais perigoso... pois além de ter que voltar a caçar o terrível assassino da cicatriz, ele teria que descobrir quem foi o inescrupuloso informante, que afinal, desejava sua morte.

CONTINUA...

*****************

* Dalton Duarte é inspirado em personagens como Deckard (de Blade Runner), William Somerset (de Se7en) e Clarice Sterling (de O Silêncio dos Inocentes)

6 comentários:

  1. Uai Marcel... Você escreve bem assim??????
    Ah, você que venha postar baboseiras aqui nesse blog que eu vou te chingar toda vez! Agora eu vou querer ver só textos bem escritos desse jeito aqui, porque ficou bom demais!!!!


    Atualizei o blog, vc tá meio sumidão passa lá e conheça um Dj que vai te acompanhar o dia inteiro!!!!

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  2. Coitado Dalton Duarte. Perderá o caso ou será expulso da corporação [?]

    Marcel, Sou suspeita porque curto contos policiais, mistérios, dos quais és especialista. Mas o conto ficou ótimo.
    Como tudo o que você escreve. Dessa vez acho que ainda com uma maestria a mais, um refinamento maior… não sei ao certo… Só sei que é sempre uma grande satisfação ler seus textos e perceber o cuidado que você tem ao desenvolver a trama, o cuidado com a construção dos personagens e dos fatos.
    Esse é um conto que permite (e pede) uma sequência, uma continuidade, então espero que venham novas histórias sobre o "Cicatriz" e sobre o detetive Dalton – que a essa altura deve estar frustradíssimo – sobre tanto mistério.

    Abraços meu querido e Ótima Segunda!

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  3. Deu pra entrar mesmo no clima do conto. Cheguei a vislumbrar a cena do apartamento, com o detetive caído no chão, como se fossem flashs de um filme policial; e, curiosamente, essa imagem me remeteu à Seven mesmo.

    Você achou o tom certo e deu a ênfase adequada para que a história ficasse perfeita. Poderia diminuir o intervalo entre os capítulos, que tal?

    Bj!

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  4. Percebi uma intensidade no detetive,um real comprometimento ao dever,e de leve,alguma "sombra" referente ao passado...Leitura envolvente,texto bem escrito,vou acompanhar ^^
    bjsssss :)

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  5. Gostei do conto, a primeira parte eu li também...
    Ficou fera!
    E como de costume,sempre existem policiais corruptos, e traficantes como esse assassino da cicatriz tem de monte por ai.
    Esta retratando bem essa realidade.
    Parabéns!

    Abraço ótima semana!

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  6. Adoro esse tipo de conto, e vc é muito bom!

    Visite o meu :

    http://www.recantodasletras.com.br/contospoliciais/3994674

    Beijos.

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