Em 1947, Los Angeles, Califórnia, os personagens de desenho animado (chamados simplesmente de "Desenhos") são uma espécie de criaturas conscientes que co-existem naturalmente com os seres humanos, e vivem em uma seção da cidade conhecida como "Desenholândia".
Roger Rabbit é a principal estrela dos curta-metragens de animação produzidos pelo estúdio Maroon Desenhos, mas ele está tendo problemas em seguir os comandos do diretor, atrasando a produção. Tudo porque estão espalhados rumores de que Jessica Rabbit, a esposa de Roger, possui um amante e R.K. Maroon, o dono da Maroon Desenhos, contrata o detetive particular Eddie Valiant (o ator Bob Hoskins) para investigar a situação. Eddie, cujo irmão Teddy foi morto por um Desenho há 5 anos atrás, relutantemente aceita o trabalho. Ele descobre que a atraente Jessica "traiu" Roger por, literalmente, brincar de "pirulito que bate-bate" com Marvin Acme, o dono da Corporação ACME e da Desenholândia. Eddie revela as provas fotográficas para Roger Rabbit, que afunda em depressão. Marvin Acme é encontrado morto no dia seguinte e o coelho Roger, então, torna-se o principal suspeito do assassinato, tendo agora como único aliado o detetive que odeia desenhos.
Com essa criativa, inusitada e brincalhona sinopse dos filmes de teor policial da década de 40, o diretor Robert Zemeckis (que já havia ido pro estrelato com sua mega trilogia "De Volta para o Futuro") cria uma grande trama conspiratória para envolver a todos os espectadores num jogo de gato e rato onde literalmente não sabemos quem é o verdadeiro inimigo e responsável por incriminar o inocente coelho e, de quebra, Zemeckis realiza aqui uma revolução até então jamais feita de forma tão competente, que é a fusão da "interatividade" entre personagens animados e atores reais. Já existiam filmes que uniram os dois como "Mary Poppins" ou outros da Disney, mas essa é a primeira vez que objetos de cenas eram entre-cortados para mostrar às vezes um duelo entre um personagem animado e um ator real, ou ambos dividirem de forma sincrônica e quase em primeiro plano uma só sequência. O resultado foi tão satisfatório e impressionante, que o desenho foi agraciado com o Oscar de melhores efeitos Especiais e Melhor Montagem! Merecidamente.
A trama vai ficando cada vez mais instigante e, aos poucos, a inimizade que existia entre o carrancudo e mau humorado detetive Eddie Valliant (Bob Hoskins, que cria de maneira muito simpática o seu turrão investigador) com o medroso e atrapalhado Roger Rabbit, vai tendo que ser deixada de lado já que ambos precisam sobreviver juntos e ignorar todas as suas diferenças, já que começam a ser caçados por doninhas mafiosas e por um poderoso empresário que o espectador ainda não sabe de quem se trata; apenas que possui fortes influências!
O filme nesse ponto, também funciona como uma boa crítica contra o preconceito e até de certa maneira, contra o trauma ou contra algum aspecto psicológico-emocional que muitos jogam no passado sem querer mais relembrar, mas que de alguma forma, ainda nos faz mal... e se o detetive Valliant tinha um problema com os personagens animados por causa da morte de seu irmão, é justamente tentando defender um desenho que ele acabara percebendo que é de fato ingênuo, inocente e que foi covardemente vítima de uma armação, que ele agora vê a grande chance de se tornar uma pessoa melhor e enxerga na oportunidade de salvar o coelho, sua também redenção. Isso é muito rico no filme, mas que fica embutido durante todo o tempo... não se trata apenas de uma "cilada" que o coelho Roger precisa escapar, mas sim, de uma jornada onde o próprio detetive Eddie Valliant necessita chegar ao fim, para consertar sua própria vida.
Todos os personagens são muito bem desenvolvidos, principalmente o Juiz Doom (que se revelará quem é na verdade) e a fascinante, estonteante e hipnotizante Jessica Rabbit, que ainda lembro como se fosse hoje: deixou MUITOS marmanjos de queixo caído na tela do cinema! De verdade!!! rs.
Uma obra cinematográfica que prova que ousadia, criatividade, inventividade e bastante talento aliado ainda a um ótimo roteiro, tende a se transformar numa dos trabalhos mais inesquecíveis de todos os tempos.
* Marcel Camp tem um enorme carinho por esse filme, que fez parte de sua infância. "Uma Cilada para Roger Rabbit" é a VIGÉSIMA SEXTA imagem que compõe o título desse blog.
A resenha do filme,impecável como sempre.
ResponderExcluirAgora,o mais legal foi a observação da catarse,
e como isso acontece direto com a gente!
"... não se trata apenas de uma "cilada" que o coelho Roger precisa escapar, mas sim, de uma jornada onde o próprio detetive Eddie Valliant necessita chegar ao fim, para consertar sua própria vida."
Bjsssss :)
Tava dando uma olhadinha nos seus ultimos posts e ri mt com o "Falando d sexo" , mt booom!!!!
ResponderExcluirotimo fds pra vc
bjaooo
http://cabecafeminina.blogspot.com
Na ocasião em que esse filme foi lançado ainda em VHS me lembro que ganhei em um aniversário e tentava assistir, mas achava o filme chato e nunca conseguia chegar ao final.
ResponderExcluirAnos depois encarei a fita e descobri que de chata não tinha nada; pelo contrário: um filme excelente, cuja mistura com animação dá um tom especial e inteligente ao contexto.
É realmente uma grande obra, unindo roteiro policial e comédia, bastante surpreendente pra época de produção e que é sucesso ainda hoje.
Beijo.
Lembrei da minha infancia agora..assisti esse filme umas vinte vezes no sbt....porque vc não coloca algo sobre "O ultimo americano virgem"
ResponderExcluirvai emocionar !
abraço e me visita..atualizei
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